Como começar a advogar? Minhas 5 dicas pessoais!

Postado em por Rodrigo Padilha.

Uma dúvida muito comum que recebo de estudantes de Direito recém-formados é em relação a como dar os primeiros passos na hora de começar a advogar.

Já falei aqui no blog sobre o que não pode faltar na hora de criar um currículo de advogado ideal, mas o que fazer quando o advogado decide iniciar sua vida profissional como autônomo, sem trabalhar em outros escritórios? Por onde começar?

Em primeiro lugar, é importante destacar que passamos por um dos momentos mais acirrados desta área. O mercado está saturado e a concorrência é grande, o que exige muito esforço e dedicação, especialmente na fase inicial da carreira.

Nesse contexto, elenquei algumas dicas pessoais para quem ainda está meio perdido em relação a qual caminho seguir, sobre como começar a advogar:

1. Divida uma sala (ou sequer tenha escritório físico)

Um dos grandes obstáculos de boa parte dos advogados recém-formados é, certamente, o dinheiro. Não é todo mundo que consegue arcar sozinho com as despesas de toda a estrutura de um escritório para desenvolver suas atividades.

Desse modo, uma das alternativas para contornar esse problema é dividir uma sala com algum parceiro da sua confiança e com quem você possa compartilhar os custos.

Veja bem: não se trata de criar uma sociedade. Como o advogado em começo de carreira dificilmente tem uma agenda muito cheia, é possível compartir um escritório revezando períodos, em que cada um toca seu próprio negócio de maneira independente em determinada parte do dia.

No entanto, para  que esse tipo de parceria funcione, é importante criar regras que garantam organização e equidade no uso do espaço. Afinal, flexibilidade de horários para atender clientes é algo fundamental e nem sempre vai ser possível agendar todo mundo para o mesmo período.

A outra opção é abrir mão do escritório físico e trabalhar de casa.

Com a facilidade de acesso à internet e a profissão de meios de contato que temos hoje, é perfeitamente possível tocar os seus negócios sem ter uma sede fixa, sendo um advogado que opera home office. Quando necessário, reuniões e encontros podem ser marcados em algum café ou em salas alugadas em espaço de coworking, por exemplo.

2. Faça com que todos saibam que você começou a advogar

O maior desafio para quem está começando a advogar como autônomo é conquistar os primeiros clientes. Para isso, é fundamental correr atrás e certificar-se de que todo mundo saiba que você iniciou seu próprio negócio e que está pronto para o trabalho.

Sendo assim, envie um e-mail para os seus contatos – amigos, colegas e familiares – contando sobre suas conquistas e colocando-se à disposição. Destaque isso nas suas redes sociais e pegue o hábito de apresentar-se com mais frequência. Na advocacia, o boca a boca continua sendo uma ferramenta muito eficaz.

Outra dica é sair da bolha do mundo jurídico e ir a espaços e eventos frequentados por profissionais de outras áreas. Congressos, simpósios e seminários são lugares em que você pode conhecer novas pessoas e ampliar sua rede de contatos.

3. Aproveite ferramentas gratuitas

Existe uma infinidade de soluções interessantes na internet que podem te ajudar na fase inicial da sua carreira. De aplicativos para organização de tarefas a softwares destinados ao meio jurídico, use e abuse das ferramentas que você tem à sua disposição.

Pensando nisso, uma alternativa interessante e que cada vez mais advogados vêm adotando é a criação de um blog com textos próprios, escritos por você mesmo.

Através da produção de conteúdo, você aumenta suas chances de ser visto e encontrado por clientes que estão atrás de soluções para os seus problemas na internet. Além disso, você consegue se posicionar no mercado ao expor as suas ideias e ao se relacionar com os leitores.

Por fim, ao se dedicar à criação de diferentes conteúdos, é inevitável descobrir novos interesses e aprofundar seus conhecimentos.

4. Especialize-se

Cada vez mais, o mercado está focado em profissionais especialistas em uma determinada área do conhecimento. De fato, advogados que atuam em áreas específicas, como direito trabalhista ou ambiental, por exemplo, tendem a ganhar mais quando comparados àqueles que não têm nenhuma especialização.

Por isso, pense no campo do Direito que mais lhe atrai e especialize-se. Fique atento aos movimentos do mercado, aproveitando as novas possibilidades de atuação profissional que surgem constantemente.

O mercado de hoje exige um profissional capacitado, com conhecimentos que vão além do Direito. No meu curso de Empreendedorismo Jurídico, você tem acesso a conteúdos multidisciplinares, como Marketing, Administração e Finanças, que vão te ajudar a estruturar seu escritório e a ingressar de verdade no mercado de trabalho. Capacite-se!

5. Não cometa erros de iniciantes

Seja por falta de experiência ou de conhecimento, muitos advogados iniciantes cometem alguns erros básico e que podem acabar prejudicando o seu negócio na hora de começar a advogar. Pensando nisso, separei os principais deles abaixo:

Não traçar um plano de carreira

O início de carreira é o momento de se arriscar, errar e aprender. Porém, isso não quer dizer as coisas devam acontecer de improviso, sem planejamento.

Aproveite o momento de relativa tranquilidade e crie um plano de futuro profissional bem definido. Trace objetivos e saiba aonde você quer chegar. Esse é um importante passo para que se possa ter mais clareza de quais caminhos seguir e para facilitar a tomada de decisões estratégicas relacionadas a que áreas atuar, em qual escritório e com que clientes.

Escritórios e profissionais que criam metas concretas e, a partir daí, gerem seus negócios com um horizonte bem definido, têm mais chances de alcançar o sucesso na advocacia.

Não prestar um atendimento de qualidade

Em meio às dúvidas e à rotina incerto do começo de carreira, muitos advogados iniciantes acabam negligenciando o relacionamento com o cliente. Isso é um erro grave – e muito comum.

É fundamental que o profissional preze pela qualidade e pelo cuidado no atendimento desde o primeiro contato. A excelência no trato com o cliente é fator preponderante para garantir ou não a continuidade dessa relação.

Sendo assim, procure retornar ligações e responder e-mails e mensagens o mais breve possível e sempre de maneira completa e atenciosa. Mantenha seu cliente bem informado sobre o andamento do processo e sobre os prazos previstos. Isso passa uma imagem de cuidado e preocupação com o caso e ajuda a evitar cobranças desnecessárias e repetidas.

Outra dica importante é comunicar-se de acordo com cada tipo de cliente. A linguagem utilizada no atendimento ao departamento jurídico de uma grande empresa é bem diferente do linguajar que deve ser usado em causas individuais, em que os cliente são, em sua maioria, leigos no Direito.

Um atendimento de qualidade contribui para a construção de uma boa imagem e de uma boa reputação profissional, além de aumentar as chances de indicações e de fidelização do cliente atendido.

Não cobrar honorários de forma adequada

Ao começar a advogar, muitos advogados iniciantes não sabem ao certo como precificar seus serviços e alguns até se sentem acanhados de cobrar o valor que acham justo. Outra preocupação recorrente é como explicar esses valores para o cliente.

Em primeiro lugar, para definir os valores é importante utilizar como parâmetro a tabela fornecida pela OAB, realizando ajustes conforme os custos relativos à sua estrutura de trabalho, às horas de serviço que serão empregadas na causa e à complexidade de cada atuação.

Nesse sentido, é importante que o contrato de honorários seja elaborado somente após ouvir o cliente e compreender bem o caso. Feito isso, preze pela transparência ao informá-lo sobre o valor e o que está incluído no serviço.

Para iniciar os trabalhos, é usual que haja a cobrança de um sinal correspondente a um percentual do valor total. A forma de pagamento da quantia restante costuma ser combinada com o cliente, podendo ser feita à vista ou até mesmo em parcelas.

Por fim, uma vez elaborado o contrato, peça que o cliente leia e tire quaisquer dúvidas antes de assinar.

Não fazer networking

Uma extensa rede de contatos ainda é a melhor ferramenta para atrair novos clientes, oportunidades de negócios e novas parcerias. E para o advogado iniciante isso é ainda mais importante.

Sendo assim, invista em networking desde o começo. Frequente eventos diversos, não apenas da área do Direito. Vá a palestras, marque cafés e encontros com colegas e professores antigos e nunca deixe passar a oportunidade de reunir-se com potenciais clientes.

Manter um bom relacionamento com seus contatos e buscar ampliar os seus relacionamentos profissionais é essencial para alcançar o sucesso na advocacia, ajudando a fechar novos negócios e potencializando o aprendizado com a troca de experiências.

Agora que você já sabe como começar a advogar, quero te convidar para continuar aprendendo mais sobre como ter sucesso nesse mercado, através da minha newsletter semanal “Terça Maverick”, que você pode receber se cadastrando abaixo:

Rodrigo Padilha

Advogado e empresário do mundo digital com reconhecimento profissional no Brasil e nos EUA. Autor de 8 livros, professor e palestrante, Padilha semeia seu conhecimento no seu país de origem e no país que escolheu morar, EUA.

Empreende nos dois países e opera diariamente na bolsa de valores norte-americana. Padilha é fundador do treinamento de Empreendedorismo Jurídico, do Investidor Maverick e de uma das maiores turmas de segunda fase de Direito Constitucional do Brasil.

Com uma metodologia única que une informalidade, verticalidade e técnica, dedica-se a ajudar pessoas a desenvolverem seus negócios e operarem seus investimentos no Brasil e nos EUA, já tendo, ao longo de 20 anos de carreira e mais de 28.000 horas de docência, auxiliado com sucesso centenas de milhares de profissionais nessa missão.